I Carta a Timóteo – Introdução: As Duas Epístolas a Timóteo.


A)São cartas pessoais e são bem diferentes das outras cartas que foram escritas para Igrejas. Estas com Filemom e Tito são endereçadas a pessoas que ocupavam posições de importância e responsabilidade dentro da Igreja primitiva.

B) Cartas com ordens eclesiásticas, pois estas cartas são mais do que cartas particulares. O Versículo chave é I Timóteo 3:15 que nos dá o propósito da carta: “como se deve proceder na casa de Deus, que é a Igreja do Deus Vivo.’ Assim, a epístola possui um caráter oficial, visto que ela trata extensivamente sobre questões de ordem e disciplina eclesiástica.

C) Cartas Pastorais que alem de tratar da organização da Igreja, mostram como os crentes devem se comportar na casa do Senhor; que tipo de pessoas, líderes, e pastores da Igreja devem ser! E como as ameaças à pureza da Igreja devem ser tratadas. O termo “Epístolas Pastorais” é bem apropriado, porque são guias para o “bom soldado” de Cristo no combate cristão. Entretanto, o moderno sentido dado ao termo “pastoral” não nos deve levar a uma interpretação errônea sobre a posição ocupada pelos homens para quem  essas cartas foram endereçadas. Não eram eles pastores de Igrejas locais no sentido moderno desse termo. Eram representantes pessoais de Paulo, trabalhando com todas as Igrejas da região. Estas cartas mostram a vida da Igreja Primitiva. Naqueles dias a Igreja era uma ilha no mar do paganismo. Muitos crentes tinham saído do paganismo e seria tão fácil cair novamente no erro.

D)    Por que devemos estudá-la? i – Porque dá muitos conselhos a respeito do grande problema da administração da Igreja. ii – Porque ela dá ênfase à “sã doutrina!” iii – Porque ela exige uma vida consagrada. iv – Porque ela responde à pergunta: “Sumários confessionais têm valor?” v – Porque ela mostra algo a respeito das atividades do grande apostolo Paulo no fim do seu ministério. vi – Porque ela nos ajuda a ter um conhecimento maior da história da Igreja no terceiro quarto de primeiro século DC. vii – Porque nesta epistola como nas outras, Deus nos fala.

 

2 – Quem a Escreveu?  Em contraste com a epístola Aos Hebreus, que não trás no texto nenhuma indicação clara de quem é o seu autor, esta carta em apreço declara claramente ter sido escrita pelo Apostolo Paulo. Através dos séculos, a Igreja Cristã sempre a tem considerado como carta genuína de Paulo. Não obstante, durante o ultimo século e meio, a autoria de Paulo dessa carta tem sido ferozmente atacada pela alta crítica. Todas as objeções dos críticos à autoria paulina se baseiam inteiramente em bases internas e teóricas. O ataque tem sido desfechado em termos: i – Cronológicos. ii – Eclesiásticos. iii – Doutrinários. iv – Lingüísticos. Só que não é necessário laborar aqui porque a própria epístola exorta com insistência que não nos demos ao debate que não produz efeitos satisfatórios, e que não somente não trazem benefícios positivos, como podem servir para minar a fé naqueles que não tem muita experiência religiosa. (Tiago 1:4; 6:20-21; II Timóteo 2:14,23; Tito 3:9)

 

3 – Quem  Foi Timóteo que recebeu  duas cartas? Timóteo era da cidade de Listra, o filho de um casamento misto. Sua mãe que instruía seu filho nas Escrituras do VT era uma judia e seu pai um grego. (Atos 16:1; II Timóteo 1:5). Deu um bom testemunho na sua cidade e em Icônio. Provavelmente, converteu-se durante a primeira viagem missionária de Paulo.

 

Saudação Pessoal.

No primeiro século da era cristã a saudação consistia de três partes usuais: o nome do escritor no nominativo, o nome do leitor e a saudação. A ampliação feita por Paulo de todas as partes dessa saudação reflete o conteúdo e o propósito da Epístola. Seu próprio tom indica que a carta é mais do que uma carta particular.

 

  1. 1.     O Escritor. v1.

O escritor chama a si mesmo de “Paulo”. Num mundo onde a política de Roma e a cultura da Grécia eram as forças dominantes, era natural que Paulo usa-se o nome grego-romano. Seu nome hebraico era Saulo. Sendo filho de pai grego que também era cidadão romano, provavelmente recebeu ambos os nomes por ocasião do seu nascimento. No livro de Atos. Lucas sempre usava o nome “Saulo” até atingir Atos 13:9; depois disso sempre “Paulo”. Na qualidade de apostolo aos gentios ele sempre emprega seu nome gentio em suas cartas.

 

“Paulo, apostolo de Cristo Jesus” Paulo escreveu na qualidade de “apostolo” como alguém consciente de uma missão que lhe foi dada por determinação divina. Apostolo foi o titulo que Jesus Cristo usou para seus representantes especiais. Do grande grupo de discípulos Ele escolheu doze e os chamou de “Apóstolos” (Lucas 6/13). E claro da evidencia do Novo Testamento que este grupo foi pequeno e singular. A palavra “Apóstolo” não e uma palavra que podemos usar para todos os cristãos como “irmão”, “crente” ou “santo”, mas uma palavra especial dada aos doze e a ou dois outros que foram eleitos por Cristo. Não pode haver sucessão apostólica. Definindo a palavra “Apóstolo”. E aquele enviado de um mensageiro especial, Credenciado, embaixador.

 

“Pelo mandato de Deus, nosso Salvador…” Paulo estava sempre cônscio que a origem do seu mandato não era humana, mas divina. (Gálatas 1:1 e Atos 26:19). Esta comissão de Paulo expressa a atividade divina na  salvação de homens e tem a finalidade de ajudá-los a alcançar esperança certa desta salvação em Cristo Jesus.

 

Aplicação para os nossos dias: Há pessoas que querem desacreditar o NT.

i – A Idéia Radical: “Os apóstolos eram testemunhas do 1º século de Jesus Cristo. Nós somos do século XXI. E assim o nosso testemunho é tão bom quanto o deles. Quando lemos as cartas de Paulo – esta é a opinião de Paulo; mas a minha é diferente, por que as coisas já mudaram” C.H. Dodd disse: “Às vezes acho que o Apostolo Paulo estava errado.” Não podemos nunca fazer esta afirmação, pois estaremos destruindo a veracidade da Palavra de Deus!

ii – A Idéia Católica: “Paulo e os outros escritores eram membros da Igreja, então a igreja está acima da Bíblia” NÃO! Não foi a igreja que escreveu. Paulo não diz: Paulo apóstolo da igreja, enviado pela igreja! Sua comissão e a sua mensagem vieram de Deus.

 

 

2. O Leitor – v. 2

“A Timóteo, meu verdadeiro filho na fé”. É escrita a Timóteo como a um genuíno cristão da segunda geração – um dos verdadeiros filhos na fé. Verdadeiro: isto é; Genuíno. Não era como Demas, cf. II Timóteo 4:10.

 

  1. 2.     A Saudação – v.2.

i)                   A fonte da salvação é a Graça = Favor não merecido de Deus para com o pecador culpado e que r4emove a culpa.

ii)                A natureza da salvação é a Misericórdia = compaixão espontânea de Deus que liberta da miséria dos pecados do homem.

iii)              A natureza da salvação é a Paz = Paz com Deus, com os homens e consigo mesmo.

 

Senhor: “Se não o coroas como Senhor em tudo,

                De modo algum o coroas como teu Senhor!”

 

  1. I.                  Exortação a Timóteo sobre os Falsos Mestres. Já na Igreja Primitiva Paulo foi chamado a advertir o jovem pastor Timóteo contra falsas doutrinas, o que é igual ao nosso tempo. Paulo ao deixar Efeso rumo a Jerusalém sete anos antes  adverte os presbíteros de que lobos vorazes tentariam devastar o rebanho do Senhor (Atos 20:29-30). Agora tinham vindo em plena força levando Timóteo a enfrentar seu pior problema.

A)  Falsas Doutrinas e suas Características.

Os documentos neo-testamentários revelam, em muitos lugares, que as primeiras congregações de crentes em Jesus Cristo, cedo se viram perturbadas pelo aparecimento, no seio delas, de falsos mestres. Há uma percepção profética de que essa espécie de mal recrudescerá  cada vez mais à medida de que o tempo se aproximar da vinda de Cristo. (Na parábola de Jesus Cristo do trigo e do joio, sabe-se que na igreja visível  o joio crescerá no meio do trigo e que na hora da ceifa haverá a separação definitiva).

V.3a. Essas palavras subentendem  claramente que Paulo e Timóteo tinham estado juntos em Efeso, quando Paulo partiu para a Macedônia, e que Timóteo foi então exortado a levar avante a tarefa de que foi incumbido. Agora Paulo está relembrando a Timóteo (te roguei) aquela exortação que tinha feito.

V.3b. A tarefa de Timóteo era enfrentar e suprimir o estranho ensino que estava sendo propagado naquele lugar.

“Certas pessoas” Paulo nas as chama pelo nome. Provavelmente são poucas pessoas e incluem Himeneu e Alexandre, que provavelmente eram  os lideres e dos piores!

“a fim de não ensinarem outra doutrina” = Outra de espécie diferente (cf. Gálatas 1:6-7). Sempre há pessoas que procuram novidades e que tem comichão nos ouvidos, assim como os atenienses que: “de outra coisa não cuidavam senão dizer ou ouvir novidades” (Atos 17:21). Quando misturamos ao Evangelho elementos que são estranhos à sua natureza essencial, estamos em realidade, transformando o caráter inteiro da doutrina cristã – assim é uma doutrina diferente – falsa = heresia!

V.4.  A expressão “fábulas e genealogias sem fim” são duas fases da mesma heresia. No uso comum do Novo Testamento, “fabulas” = um conto imaginoso, sem nenhum cunho de verdade, uma ficção, até mesmo, uma falsificação. Não passavam de contos imaginários, tais como os que constam nos escritos  rabínicos. Aquelas pessoas se apegavam às suas amplificações fictícias sobre as genealogias do Velho Testamento. ( Como as que constam em Genesis; I Crônicas; Esdras e Neemias). Aquelas genealogias eram expandidas, inventaram os nomes das esposas dos homens arrolados e histórias adicionais eram agregadas às mesmas e a tudo davam interpretação alegórica. Estas invenções faziam sermões regulares nas sinagogas! Outro exemplo é o Livro do Jubileu – também chamado “O Pequeno Genesis”.

    Em todos os séculos tem havido pessoas que gostam de inventar e misturar as verdades bíblicas com o erro. Há pessoas que gostam de jogar com a Bíblia, as Escrituras infalíveis, gostam de jogar com números, cf. Mateus 15:6. Paulo chama estas genealogias de “sem fim” isto por que, tais invenções não levam a qualquer conclusão definitiva.

    A razão negativa para evitar tais discussões é que não promovem “o serviço de Deus, na Fe” – o serviço do homem na qualidade de despenseiro de Deus, cf. I Coríntios 9:17; Tito 1:7; I Coríntios 4:1-2. Os pregadores do Evangelho são despenseiros de Deus, aos quais foi confiado o dever de administrar a graça da salvação oferecida por Deus à humanidade mediante a clara proclamação do Evangelho.

    v.5. A ordem que Timóteo deveria dar aos falsos mestres tinha como seu alvo produzir o puro e verdadeiro amor. Foi esse amor que impeliu Paulo a encarregar a Timóteo a esse encargo tinha o propósito de produzir tal amor nos corações daqueles iludidos mestres. Mas…  não é tudo o que é chamado amor que é realmente amor. É amor que vem de:

      i) Coração puro. Nas Escrituras coração denota o centro íntimo, como sede das emoções e desejos espirituais. Cf. Mateus 12:34; 15:18-19; I Samuel 16:7; Salmo 51:10-11.

ii) Consciência boa. Consciência “representa o ‘eu’     assentado em juízo perante o ‘eu’.” Consciência boa é aquela que foi libertada da culpa do pecado mediante a aplicação do sangue de Cristo. Cf. Romanos 2:14-15.

     iii) Fé sem hipocrisia. “Sem fingimento” – não uma mascara para disfarçar a sua fé falsa – não mero fé de lábios, mera simulação.

Estas três trabalhando juntas vão produzir o diamante mais precioso, o AMOR!

v.6. “Desviando-se algumas pessoas destas coisas”. Das coisas mencionadas no versículo 5. Desviando-se significa “tendo errado o alvo”; anteriormente professavam seguir o alvo do Evangelho, mas desviando-se  e “perderam-se” em um caminho diferente, voltando-se para a loquacidade frívola, que não leva a alvo algum. Eles se desviaram para cair na lama, por que queriam aparecer.

“pretendendo passar por mestres da lei”. O desejo de ser um mestre do Velho Testamento e especialmente da Lei de Moises não é mau. Mas o desejo deles era alcançar esta fama sem entender o que eles mesmos falavam. Não eram sinceros, mas dogmáticos a respeito de assuntos que não compreendiam.

 

B)   O Verdadeiro Conhecimento da Lei.   1:8-11

Tendo exposto o fracasso dos falsos mestres que não entendiam o uso da lei, para reprimir e condenar os malfeitores, Paulo passa a exibir a verdade e respeito à lei, enfatizando que o estudo da lei é bom (Salmo  19; Salmo 119; Mateus 5:17-18; Marcos 7:8-9). Se for feito de uma maneira legitima e honesta! Cf. Romanos 7:7 e 12. A lei não foi destinada para ser objeto de interpretações fantasiosas e especulações inúteis da parte dos justos e justificados. Eles não reconheciam a si mesmos como pecadores perante Deus, Mateus 9:13. Mas se achavam bonzinhos! Os malfeitores são aqui apresentados como falhos de padrões morais, sem reverencia a Deus, destituídos do senso do que é santo, sem consideração a relações familiares, à vida humana, à pureza sexual e a boa fé na vida social. A lista der pecadores é caracteristicamente paulina, segue a ordem dos Dez Mandamentos e é dividida em dois grupos:

1-    Pecadores Rebeldes contra Deus.  (Nomeados em três pares).

i)       Transgressores e Rebeldes. Os que recusam reconhecer a Lei e os que recusam sujeitar-se à lei.

ii)                Irreverentes e Pecadores. Os que são destituídos de reverencia intima para com Deus e os que se opõem a Deus. 1º e 2º mandamentos.

iii)              Ímpios e Profanos. Os que tomam o nome do Senhor em vão. 3º mandamento.

2- Pecadores Rebeldes contra a Sociedade.

         i) Parricidas e Matricidas. “Golpeadores do pai e da mãe”. Eram de tal modo destituídos de todas as afeiçoes naturais e reverencia que chegam ao extremo de espancar os seus próprios  pais. (Penalidade: Êxodo 21:15) 5º mandamento.

         ii) Homicidas ou assassinos são aqueles que violam o 6º mandamento. Paulo provavelmente estava pensando no seu triste passado, (Atos  9:1-5; 22:4; 26:10). A interpretação de Cristo – Mateus 5: 21-24).

          iii) Impuros e sodomitas. A primeira palavra inclui todos os atos de adultério com uma pessoa do outro sexo. Interpretação de Cristo – Mateus 5:27-28). A segunda se  refere aos atos sexuais entre indivíduos do mesmo  sexo. Estes são os modernos homossexuais cf. Romanos 1:27 7º mandamento.

iv)              Raptores de homens. O crime de roubar crianças que seriam vendidas como escravas era um pecado comum. É a pior forma de furto. 8º mandamento.

v)                Mentirosos e perjuros. Aqueles que se tornam culpados de dar falso testemunho, o que é proibido no 9º mandamento. O grande mentiroso é o Diabo. (João 8:44)

O apostolo interrompe a sua lista ao dizer: “…e para tudo quanto se opõe à sã doutrina”. Cada pecado é um pecado contra a doutrina. Esta doutrina é chamada sã por que produz saúde espiritual. Está certa porque esta doutrina é segundo o Evangelho da gloria do Deus Bendito. Essa referencia ao Evangelho leva Paulo a fazer uma declaração de sua relação pessoal para com o mesmo “do qual eu, eu mesmo, fui encarregado”. Paulo estava consciente de um encargo divino que lhe fora confiado. (I Coríntios 9:17; Gálatas  2:7)

 

C – A Experiência que Paulo  tem da Salvação. 1:12-17.

Aqui Paulo expressa a sua gratidão por haver sido chamado para o Evangelho (V.12), e descreve o negro passado de quem foi divinamente chamado para o serviço de Cristo (V.13), E apresenta uma explicação sobre sua nomeação (VV. 23b a 16), e conclui com uma grandiosa doxologia de louvor a Deus (V. 17).

v. 12. A gratidão tomou conta de sua alma por causa de três bênçãos;

i) O Senhor o fortaleceu- Paulo chama Cristo de seu Fortalecedor.

ii) O Senhor confiou nele.

     iii)O Senhor o designou para o ministério.

     v. 13. Ele fez isso para mim que “era blasfemo e perseguidor”. Que        coisa maravilhosa, que num tal pecador, tanta misericórdia foi derramada!

                   “Não sei por que de Deus o amor a mim se revelou,

                     Porque a mim, o Salvador, pra si me resgatou”

Que misericórdia! Este grande pecador não foi somente salvo, mas foi também chamado para ser apostolo. Antes tinha pertencido ao grupo dos pecadores mencionados nos VV. 9 e 10. Com referencia à primeira tabua da lei, era um blasfemo (Atos 26:11), e à segunda tabua, era um perseguidor (Atos9:1-5; 22:4-5; 26:10). “Pois o fiz na ignorância” Ele não estava tentando aliviar a sua própria culpa. Sua ignorância não o desculpava. Porem ele não havia agido deliberadamente, contra melhores convicções, endurecendo voluntariamente seu coração ou resistindo espontaneamente ao Espírito Santo. Ela havia agido, julgando estar prestando um, serviço a Deus (Atos 26:9). Para ele houve perdão!

v.14 – A misericórdia sempre anda unida com a graça – graça que superabundou. No v.13 notamos pecado abundante, no v.14, graça abundante. (Romanos 5:20). “Onde abundou o pecado, superabundou a graça. Que essa graça  foi bem sucedida no caso de Paulo é indicado pelas palavras “com a Fe e o amor…”

v.15 – “Fiel é a palavra”. É peculiar às epistolas pastorais (aqui e em 3:1; 4:9; Tito 3:8; II Timóteo 2:1) Pelo menos aqui e em II Timóteo 2:11 essas palavras introduzem definitivamente a citação de alguma incisiva declaração da verdade evangélica corrente nos círculos cristãos de então.  Um versículo chave do evangelho conforma João 3:16. i) Sua Veracidade. Fiel e digno – digno de confiança e de aprovação por todos. ii) Seu Conteúdo. “Cristo Jesus veio ao mundo” indicando não somente uma mudança (descida) de um lugar (Céu) para outro (terra), mas uma mudança do seu estado e ambiente moral e espiritual – O supremo sacrifício (Filipenses 2). Seu primeiro advento inclui encarnação, sofrimento e morte. Ele entrou na esfera onde a maldição reina. “pecadores para salvar” ( A ênfase esta na palavra “pecadores”). (Lucas 7:34; 15:7; Mateus 9:13; Lucas19:10). E estas pessoas em Efeso vão ter a mesma mudança fundamental – “justos” nos seus olhos se tornando “pecadores” perante Deus. Cristo veio salvar estes, não ajudá-los a salvarem-se a si mesmos!

SALVAR nas cartas paulinas quer dizer o seguinte:

                               NEGATIVA

Redimir o homem:

a) Da culpa do Pecado –              Efésios 1:7; Colossenses  1:14.

b) Da escravidão do pecado       Romanos 7:24-25; Gálatas 5:10.

c) Do castigo do pecado

 

           i) Separação de Deus            Efésios 2:12

          ii) Ira de Deus –                      Efésios 2:3

         iii) Morte eterna –                   Efésios  2:5-6.

 

                            POSITIVA

Levar o home para um estado de:

a) Justiça –                        Romanos 3:21-28; 5:1.

b) Liberdade –                  Gálatas 5:1; II Coríntios 3:17.

c) Bênção

                   i) Comunhão com Deus –         Efésios 2:13

                   ii) O amor de Deus “derramado em nosso corações” Romanos 5:5.

iii)Sua Aplicação Pessoal.  Ele se considerou o pior de todos os pecadores – “eu” tem ênfase. Isto é uma notável confissão de seu próprio senso de pecaminosidade. No v.15 Paulo mostra a profundidade do seu pecado  e no v.16 mostra a grandeza da longanimidade de Deus para com ele.ç “Ao perdoar alguém menos ímpio do que Paulo, essa graça não teria sido exibida em toda a sua gloria; mas, nele “o principal” foi revelada “Sua completa longanimidade; portanto, a conversão de Paulo foi uma autentica maravilha do amor de Jesus Cristo a favor dos pecadores” (Van  Oosterzes.)

v.16. Paulo explica o propósito de Deus na sua conversão que tinha um significado de âmbito mundial. Deus fez dele um “modelo” – Paulo foi exibido, perante os olhos de todas as gerações posteriores, como uma testemunha do poder, da graça e do amor de Deus; de tal maneira, que o maior dos pecadores não necessite mais embalar qualquer duvida quanto a essa graça. Sabia que o propósito de Deus em mostrar o tal pecador, dói fazer de sua vida uma amostra de quanto pode realizar a longanimidade de Cristo.

v.17, Doxologia. Dois  pensamentos  contraditórios; a Graça de Deus   e o estado miserável do pecador levam Paulo naturalmente a uma doxologia. “Até mesmo na correspondência pastoral, o coração desse teólogo bate com a pulsação do salmista.” Lilley

“Pai Eterno”: O homem propõe e Deus dispõe. O homem tenta destruir a Igreja, Deus vai estabelecê-la. Para esta ação, Deus vai usar o mesmo homem! O homem é a criatura de tempo, Deus é o Rei Eterno. Deus está no trono, Salmo 145:13.

“Imortal”: Imperecível, completamente diferente dos seres humanos. Nunca muda nem se cansa.

“Invisível”: Três objetos que perecem: grama, flores e o corpo do homem que são visíveis. Deus sendo imperecível é também invisível.     (Timóteo 6:16 – “a quem homem algum jamais viu, nem é capaz de ver)”.

“Único”: não somente numericamente “um”, mas na idéia de  “Singular” = sem igual. A esse Deus, Paulo atribui “Honra e Gloria” e esta adoração dura pelos “séculos dos séculos”, é a expressão mais forte no grego para a idéia de eternidade. Todos nós que com Paulo temos experimentado a graça de Cristo, pode dizer com o apostolo “AMÉM”.

 

D) O Dever de Timóteo.    1:18-20.

v.18: “Este  é o dever de que te  encarrego”. A renovação da exortação a Timóteo para ficar em Efeso com a finalidade de ensinar algumas pessoas que não devem abusar da lei, mas devem usá-la de uma maneira legitima para a conversão a Cristo, o Salvador dos pecadores. “Segundo as profecias…” Uma referencia a assembléia dos crentes onde o Espírito Santo, falando por intermédio dos profetas, destacou Timóteo para um serviço especial conforme Barnabé e Paulo em Atos 13. A lembrança dessas profecias deveria fortalecer a Timóteo na realização do seu dever de combater. (A ilustração militar não diz respeito a uma batalha, mas a uma campanha inteira).

vv.19-20: “Mantendo a fé (Verdade) e boa consciência”. O líder cristão deve possuir pessoalmente as qualidades espirituais que lhe competem por em vigor da parte dos outros. O crente deve ser um bom soldado e um bom marinheiro; um bom marinheiro não abandona o leme do navio. Uma boa consciência – que obedece à Palavra de Deus aplicada ao seu coração pelo Espírito Santo – é o leme guiando o crente no caminho certo e seguro. Mas algumas pessoas (os falsos mestres do v.3) têm rejeitado aquele leme com o resultado de naufragar na fé. ( Paulo sabia  por experiência própria a agonia de um naufrágio literal – Atos 27:39-44; II Coríntios 11:25, mas o pior é o naufrágio espiritual).

 

 Lições que devemos aprender.

1.  O grande perigo que cada crente enfrenta de cair espiritualmente.

Não há dúvida que estes dois homens eram membros da igreja – será que foram nascidos de novo? Mas gradualmente relaxaram na fé e deixaram as suas consciências se tornarem cauterizadas, e logo se desviaram para falsas doutrinas. Hoje em dia temos tantos naufrágios na fé em nossas igrejas. Veja I Coríntios 9:27 e 10:12.

2. A Influência terrível que um crente desobediente pode ter sobre outro.  Conforme II Timóteo 2:17-18 – “pervertendo a fé a alguns”. Conforme Romanos 16:17.

3. A natureza de toda a doutrina falsa na igreja – blasfêmia.

v.20 – porque é contra o caráter de Deus e a verdade de Sua Palavra. Como câncer; conforme II Timóteo 2:17-18.

4. O castigo de Deus que vem sobre o crente que esta vivendo em pecado.

“Entreguei a Satanás”. Essa difícil afirmação tem causado muitas discussões.  À luz de I Coríntios 5:5 e também Jó 2:6-7; I Coríntios 11:29-30; Atos 5:1-11; 13:11 parece que foram não somente postos para fora da comunhão da igreja. Mas também aplicação judicial de enfermidade física ou de calamidade por meio da autoridade apostólica.

Será que crentes hoje em dia sofrem fisicamente por causa de pecados? Conforme Hebreus 12:6-11. O objetivo do castigo foi a recuperação e não a condenação,  foi curativo e não punitivo. A intenção é que assim possam ser “ensinados” a fim se serem conduzidos ao arrependimento.

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