“A DOUTRINA DO ESPÍRITO SANTO” – CAP. V – O ESPÍRITO SANTO NA IGREJA.


 

Vamos analisar a atuação do Espírito Santo separadamente daquilo que Ele faz na vida do crente. Não existe a Igreja sem os crentes, mas, há aspectos da obra do Espírito Santo dentro da comunidade cristã que devem ser tratados. A Igreja se tornou realidade com a vinda do Espírito Santo no dia do Pentecostes. O Espírito Santo veio sobre aquele grupo pequeno de discípulos e os constituiu na Igreja. Pentecostes representa o dom do Espírito à Igreja na sua plenitude e que nunca foi tirado.

A comunhão do Espírito (II Coríntios 13:13 e Filipenses 2:1).

A comunhão criada pelo Espírito, na comunidade dos redimidos que é a Igreja, está refletida em todo o Novo Testamento. A Igreja não é um clube, onde pessoas que tem os mesmos interesses se congregam. A Igreja é o resultado da Ação do Espírito. No Novo Testamento a Igreja sempre aparece como sendo um corpo cheio do Espírito e habitada por Ele. No Velho Testamento o Espírito vinha sobre indivíduos, enquanto aqui, o Espírito vem sobre a comunidade cristã – a Igreja. Esta união verdadeira que une os crentes não é feita por homens (todavia, pode ser desfeita por homens). Depende da atividade sobrenatural do Espírito. O Espírito ajuda no Culto a Deus; quando crentes se reúnem para o Culto de Louvor a Deus, o Espírito de Deus satura a Igreja toda, guiando o povo no Seu Louvor. A atividade do Espírito Santo é muito ligada à oração (Efésios 6:18). A oração sem o Espírito é estéril e irregular. Devemos lutar em oração, mas sempre no Espírito (Romanos 15:30).

Podemos orar ao Espírito? Em parte é legitimo, porque cremos na divindade do Espírito. Em alguns hinos, temos oração ao Espírito; “Vem Espírito Divino, grande ensinador”. Porem não há um exemplo nas Escrituras de oração ao Espírito. Geralmente a oração é dirigida ao Pai. A função do Espírito não é de receber oração, mas sim de dirigir toda a atenção a Cristo. O Novo Testamento é um livro Cristo-cêntrico. Nossas orações devem ser baseadas neste fato.

Os Dons do Espírito Santo à Igreja.

Embora os dons sejam individuais, o Novo Testamento dá ênfase ao fato de que os dons são dados dentro da comunidade cristã – a Igreja- e com a finalidade de edificar a Igreja. Em termos gerais, o Espírito Santo está fazendo duas coisas no mundo: 1ª) Promovendo e evangelização dos perdidos; 2ª) Tirando do mundo a Igreja que é a noiva de Cristo. Esta ultima obra visa a Igreja como um corpo, um organismo composto de muitos membros, cada um dependendo dos demais, funcionando para a edificação de si mesmo. Seguindo o simbolismo de um corpo, as Escrituras declaram que cada crente tem o seu lugar nele e lhe é dado pelo Espírito Santo, dons ou capacidades necessárias para cumprir o seu dever no seu lugar. Deus não deixou aos homens o desempenho da Sua obra conforme acharem melhor (Filipenses 2:13). Para a palavra “Dons”, Paulo usa a palavra “Carisma”, no plural “Carismata” que é ligada com “Caris” = “Graça”. Isso nos mostra que os dons vêm da livre vontade e abundancia do Espírito. Ninguém recebe por causa do mérito ou desejo humano, ninguém resolve ser um profeta, é Deus que dá o dom da profecia ou não dá! Bem como todos os demais dons!

A Nossa Atitude em Relação aos Dons.

Temos atualmente dois pontos extremos em relação aos dons: 1º) Os que abusam dos dons, inclui-se neste item os grupos pentecostais, observemos o que dizem e pensam. No livro: “Em Busca de um Milagre” (4), a autora nos conta a odisséia de uma mulher com estreitamento da coronária, com o primeiro ataque procurou um medico, recuperou-se! Segundo a autora, em parte! Logo em seguida à recuperação clinica busca a chamada “Cura Divina”, lá na sua terra natal, mas o curandeiro era fraco, não adiantou nada, agora, esta infeliz mulher ouve falar em Kathryn Kuhlman, que nos Estados Unidos exercia a cura, a enferma parte da sua terra, a Austrália em busca de um milagre, e segundo a autora do livro, retorna à sua Pátria, ao seu lar, completamente curada. O testemunho dado no livro é que a cura se realizou de fato, porem, um detalhe nos chama a atenção, quem escreveu o livro não foi a senhora enferma, e sim a realizadora do milagre, isto é: Sra. Katrhyn Kuhlman. Logo!Será válido o testemunho? Teria necessidade de ir tão longe para curar-se? (cerca de 15 mil quilômetros). Metade da circunferência do globo terrestre.

Há aqueles que estão dentro das igrejas e esperam por um batismo do Espírito Santo. Veja-se o trecho extraído do livro “ O Espírito Santo e o Corpo de Cristo”: “ Já estou com setenta e cinco anos e só agora começo a perceber que a Igreja (e nós que a ela pertencemos) está encarando o Pentecostes erradamente. Receio que já seja tarde para realizarmos alguma coisa nesta hora na vinha do Senhor, mas oro e espero que nesta hora tardia ainda possamos pelo menos ser batizados com o Espírito Santo”(5). Isto é uma confissão publica de falta de conversão! Viveu na igreja, mas não viveu em Cristo, mas o autor supracitado vai mais longe, nos apresenta uma verdadeira lavagem cerebral quando afirma: “Temos que ter cuidado para que a nossa interpretação da Bíblia provenha do Espírito Santo e não dos homens. Acautelemo-nos com as interpretações tradicionais” (6). As interpretações tradicionais de diversos estudiosos, quando muitos teólogos perderam dias ou ate mesmo anos para concluírem a exegese da Palavra de Deus, sua interpretação e conhecimento, e também orientados pelo Espírito Santo, não é valida para o autor acima, vale apenas a interpretação dele, isto por que, segundo ele, todas as demais interpretações são tradicionais e ele é mais moderno, mais atual e por isso a sua interpretação é a verdadeira.Pasmemo-nos diante da interpretação desse mesmo autor que nos mostra que, uma pessoa pode ser salva, regenerada pelo Espírito Santo, e ainda assim, não ser batizada pelo Espírito Santo, diz ele: “ Na regeneração há uma implantação de vida pelo poder divino, e o que o receber é salvo. No batismo, há uma comunicação de poder e o que o recebe é capacitado para o serviço”(7). Ate parece brincadeira, desde os reformadores ate hoje, o trabalho foi realizado por qual Espírito? Pois segundo o autor só os batizados com o Espírito Santo e de conformidade com o que eles ensinam é que o ser humano recebe poder e capacidade para o trabalho, isto para não falarmos ainda na era apostólica ate ao casamento da Igreja com o Estado, nunca houve esse pseudobatismo com o Espírito Santo. O crente no ato da sua conversão já esta batizado com o Espírito Santo! O individuo é regenerado pela ação do Espírito, converte-se e aceita a Cristo por intermédio do Espírito e a partir daí já está batizado com o Espírito Santo! Pois é impossível extinguir totalmente o Espírito de nossa alma!O Espírito Santo é uma dádiva permanente na vida do verdadeiro cristão.

Devemos nos manter sempre alertas contra esses ataques sorrateiros, pois estão sempre prontos a derrubar mais uma igreja, isto não é pensamento meu, é o que eles mesmos dizem e fazem, senão vejamos o que diz o autor antes citado; “È importante que cada um de nós permaneça como membro de sua igreja, embora possamos participar de reuniões de oração com pessoas que tem sentimentos semelhantes aos nossos a respeito deste assunto, em horários não coincidentes com os cultos normais de nossa igreja. Nestas reuniões poderemos receber inspiração de outros crentes, através de seu ministério, e dons, e exercitar dons que o Espírito nos concede para benção de outros” (8) Observe-se a verdadeira técnica subversiva, preparando guerrilheiros para depois insuflar a revolta nos demais, soa verdadeiros terroristas espirituais, veja-se acima o programa de solapa que eles executam nas Igrejas, observe-se ainda o processo de lavagem cerebral posto em prática pelo grupo pentecostalista, e no mesmo livro, antes citado encontramos mais esta jóia: “Enquanto lê este livro, amigo leitor, deixe o Espírito falar-lhe e instrui-lo. Ponha de lado os preconceitos. Receba esta mensagem, ponto por ponto, e assim você terá  a benção que foi prometida a todo o cristão, e encontrará o elo que falta na cadeia do propósito eterno de Deus na sua vida”(9). Como observamos, o que os outros ensinam é preconceito, o que ele ensina é para ser recebido ponto por ponto, sem questionar! E alem de tudo, não mostra nem uma única passagem bíblica para provar o que diz, mas não pode mostrar mesmo! Não tem nenhuma! Mas, alem dessa lavagem cerebral, há ainda a pregação do ecumenismo, um ecumenismo à base do pentecostalismo, executada por todos os credos, incluindo-se ai também o catolicismo”(10).

Já se observa também no meio romanista o uso desses “dons”. O romanismo não pode ficar atrasado em relação ao movimento carismático, por isso, também tem o seu movimento, e procuram envolver os demais, mas observemos o que nos tem a dizer o Dr. Aníbal Pereira do Reis, a respeito: “Destaca-se O’Connor entre outros sacerdotes engajados na ação ecumenista. Coube-lhe, outrossim, a tarefa de se infiltrar entre evangélicos pentecostais, ate então fechados para o ecumenismo.

Em 1966 fazia sucesso nos meios protestantes o livro de David Wilkerson, A cruz e o Punhal. No intuito de preparar os dois dirigidos: Steve e Ralph para auxiliá-lo na jornada de ecumenizar os pentecostais através de uma explosão carismática no meio católico, fê-los lê-lo.

O’Connor obteve o êxito desejado.

Outro livro posto pelo clérigo nas mãos dos rapazes foi: Eles Falam em Outras Línguas, de John Sherril.

Entusiasmado – tudo de acordo com os prognósticos do padre Edward O’Connor –m Ralph procurou certas experiências com pentecostais, as quais o habilitaram para instrumento nas mãos de seu mentor. Compareceram os dois à convenção dos Cursilhos e dentro do mesmo plano de O’Connor levaram a Assembléia a avaliar os resultados das investidas ecumenistas nas áreas pentecostais. Constataram o fracasso.

Relataram, porém, suas experiências pessoais referentes aos dons carismáticos… concluindo, no objetivo de orar em busca de dons espirituais, reuniram muitas pessoas comprometidas, como cursilhistas, em várias atividades do catolicismo, destacando-se a ação ecumênica.(11). Ai está, Os católicos também tem os seus “dons” carismáticos e são dados pelo Espírito Santo, pergunta-se, com quem está a verdade? Ou estarão pentecostais e católicos certos? Poderá o Espírito Santo dar “dons” carismáticos a dois ramos completamente antagônicos e, principalmente a quem pratica o culto da idolatria, condenado pelas Escrituras Sagradas? Ou ainda, não serão esses “dons” efeitos de uma psicose em massa? Eu particularmente fico com esta ultima opção: Psicose e nada mais! O Dr. Aníbal Pereira dos Reis diz mais: “Catolicismo é iconolatria, mariolatria, eucaristolatria, sacramentolatria…” (12). Portanto, depois dessa idolatria toda, tem seus faladores em outras línguas, seus curandeiros e etc., mas os protestantes também têm os seus e ate hoje não vi nada que realmente pudesse ser chamado de atuação do Espírito Santo, só vi mistificação, tapeação, gritos histéricos. Peço aqui o testemunho de alguém que viveu alguns anos no meio desses movimentos, foi aluno de seminário pentecostal, foi seu ministro, mas, um dia lendo com mais atenção a Bíblia, achou o que procurava e aconselha-nos a que ensinemos em nossas Igrejas mais a respeito do Espírito Santo a fim de que nossos crentes sintam-se mais firmes e não se tornem presas fáceis desses inovadores, eis o que ele diz: “Eu não consegui encontrar uma ordem, em qualquer passagem do Novo Testamento, para que os cristãos buscassem o batismo do Espírito Santo. Na verdade eu descobri que o “batismo” ocorreu quando eu fui colocado no corpo de Cristo quando da minha conversão”.(13).

E é importante observarmos que exatamente a Igreja de Corinto, a que queria ser a depositaria dos dons, era a que tinha o mais baixo padrão espiritual (I Coríntios 5:1-13; 6: 15-20). Vejamos agora o “modus operandi” desses pretensos operadores de milagres, apresentam-se em nossas Igrejas com muita “humildade”, falso amor e vão realizando pequenos núcleos de oração nas casas dos crentes, depois indicam a alguns membros da Igreja que já tenham aderido às suas doutrinas, que devem modificar os Estatutos da Igreja, quando conseguem o seu intento, está criada a confusão e a desordem, ai é a hora propícia para eles aproveitarem , mas,se a Igreja tem oficiais firmes na doutrina bíblica verdadeira, muitos crentes que não se deixam levar por ventos doutrinários e a Igreja se mantém firme, então começa a acusação com que tão bem sabem nos adjetivar, que somos crentes carnais, somos algozes e outros epítetos com que eles sabem nos mimosear.

Se os deixamos em paz, criam-nos problemas, quantas Igrejas divididas, ou mesmo, tomadas ao arrepio da lei.

Sinais não indicam o grau de espiritualidade de ninguém, por quanto ate Satanás realiza milagres e sinais (Mateus 7:21-23). Poe ora chega: “de tanto ver triunfar as nulidades o homem chega a rir-se de ser honesto”, isto já dizia Ruy Barbosa, e o que nos parece é que as nulidades estão triunfando.

 

2º) Os Que Não Aceitam a Atuação ou Mesmo a Existência do Espírito Santo.

Neste lado estão os russelitas, os unitarianos e todos os grupos panteístas. Aqui encontramos o lado oposto do grupo anterior, negam qualquer ação ou ato do Espírito Santo, reduzindo desta forma o serviço de Deus a uma mera expressão dos esforços humanos. Recusam peremptoriamente a existência do Espírito Santo, negando assim a própria Palavra de Deus que diz: “Pois, em um só Espírito todos nós fomos batizados em um corpo, quer gregos, quer escravos; quer judeus, quer livres. E a todos nós foi dado beber um só Espírito”(I Coríntios 12:13). O Espírito transforma o homem (II Coríntios 3:18), donde se conclui que o Espírito Santo não só existe como age e atua na vida do ser humano!

Deixemos agora as duas correntes antagônicas sobre o Espírito Santo e voltemos o nosso tempo e pensamento para a própria Bíblia e analisemos o que ela diz a respeito dos dons.

É interessante notar que todas as referências aos dons do Espírito Santo encontram-se nas cartas de Paulo. Há quatro passagens bíblicas principais. Em cada uma, a idéia proeminente é “DOM”, não é algo que alcançamos. Este dom é usado dentro da comunidade cristã.

Em Romanos 12:6-8 diz que todos os crentes têm dons, dons diferentes uns dos outros. Cada crente deve usar o dom que Deus tem lhe dado. Ainda em I Coríntios 12:4-11, 28-31, Paulo nos dá o mesmo pensamento. Aqui a ilustração de corpo é usada onde vários membros do corpo têm função diferente. Neste capítulo notamos um principio muito importante – a prova de uma pessoa que diz que tem o Espírito Santo é a sua atitude para com Cristo. Se ele coloca Cristo com Senhor e centro de sua vida, então é o Espírito Santo que o está inspirando. Nos versículos 8-10 vários dons são mencionados, no fim do capítulo temos uma lista das pessoas que Deus tem colocado na Igreja. Na serie que segue, Paulo acrescenta mais uma interpretação de dons. Em Efésios 4:7-11 apenas cinco dons são mencionados e a razão para estes dons está esclarecida no versículo 12; isto é, para p desempenho do seu serviço, para edificação do corpo de Cristo. Em outras palavras, Deus, que tem instituído a Igreja, tem equipado vários membros dela com dons necessários para edificá-la para maturidade. Os dons não são dados puramente para gozo do recipiente, mas sim para serem usados no serviço da Igreja.

Vejamos agora a natureza dos dons: São poderes que o Espírito Santo dá soberanamente(I Coríntios 12:11). Sem dúvida há uma referencia de que o crente pode pedir por qualquer dom (I Coríntios 12:31), mas o teor deste ensino é que o Espírito Santo guarda nas suas mãos o direito de dar o dom a quem Ele quiser. Sendo assim, possuir um dom qualquer não depende do grau de espiritualidade do crente, porem, o exercício do dom depende muito da condição espiritual do crente. Cada crente recebe um dom espiritual. A Palavra de Deus mostra que não há crente que não receba nenhum dom espiritual (I Coríntios 12:7-11). Cada crente é necessário dentro do corpo, cada um tem o seu lugar e o exercício do seu dom é necessário para o bem estar do corpo inteiro (I Coríntios 11:22).

Os dons diferem uns dos outros em valor, certos dons são mais importantes que outros (I Coríntios 12:28).

Todos os crentes estão em pé de igualdade dos privilégios em Cristo, mas não nas suas capacidades espirituais, a própria natureza dos dons revela que alguns são mais essenciais na Igreja do que outros (I Coríntios 14:5-19). O exercício do dom deve ser dirigido por amor, este é o tema de I Coríntios 13. Possuir um dom de destaque não faz um crente de destaque. Se o crente usar o seu dom para se engrandecer, o seu ministério poderá ser rejeitado por Deus (I Coríntios 9:27).

Quais são os dons espirituais? Não devemos esquecer que o Espírito é UM e todos os crentes recebem o mesmo Espírito sem distinção. Mas o Espírito que nos chama para o serviço do Senhor dá uma diversidade de dons (I Coríntios 12:4, 8-10 e 28). Temos assim o dom de sabedoria (Versículo 8), ainda neste mesmo versículo encontramos o dom de Conhecimento, comparar com I Coríntios 1:5. No versículo 9 encontramos o dom da Fé, obviamente não é a fé da salvação, que é oferecida a todos os homens, e cada membro do corpo já a tem recebido; portanto, é um dom especial de fé que dá poder, para suprir as suas necessidades e guiar os seus passos. O dom de curar; devemos notar que o poder de Deus não é limitado e, embora Deus não esteja exercendo milagres constantemente, muitas vezes Ele age de uma maneira sobrenatural de acordo com sua soberana vontade. Se for a vontade d’Ele, Ele poderá curar, diretamente ou em resposta à oração, ou por um instrumento humano a quem Ele tem dado o dom, como por exemplo; a um médico. Agora, com relação a este dom convém notar o seguinte: Não é dado a todos e é excepcional (I Coríntios 12:9). Pode ser retirado, por exemplo, em Éfeso, Paulo tinha este dom (Atos 14:9-10), mas não podia curar Trófino em Mileto (II Timóteo 4:20), e em vez de mandar um lenço orado a Timóteo, enviou um bom conselho (I Timóteo 5:23). P dom de curar não é efetivo em todos os casos, Deus nunca disse que seriamos curados de todas as nossas enfermidades. Paulo não foi curado (II Coríntios 12:7-9). O dom de curar muitas vezes é falso. Cuidado com os curandeiros que dizem ter o dom, porque são famosas as vezes que não conseguem curar os doentes, depois põem a culpa no próprio doente ou na família do mesmo.Já faz alguns anos, quando tivemos noticia pelos jornais e TVs de uma catástrofe ocorrida em Niterói, onde um templo repleto de pessoas que buscavam a cura do corpo ruiu e matou a muitos, o seu líder e curador, fugiu, estranha cura essa! No primeiro século o exercício do dom de curar não dependia da fé do doente; era uma demonstração do poder de Deus através daquele a quem Ele queria curar e por quem Ele quisesse. O dom de milagres, este é um dom inferior, a palavra “depois” no versículo 28 do capitulo 12 de II Coríntios revela que Paulo divide os dons propositadamente, a palavra “milagre” significa uma demonstração de poder.m Em II Coríntios 12:12 ele é apresentado juntamente com sinais e prodígios, como o sinal de apóstolo. Portanto no tempo de Paulo, aos apóstolos foi dado o dom de milagres para autenticar os seus apostolados. Hoje não há necessidade desta prova, pois a Palavra de Deus é completa e leva em si a sua autoridade. Não quero dizer que Deus não opera milagres hoje, em resposta à oração! Mas o dom, como foi manifestado no primeiro século, não é mais necessário! Os comentários finais sobre o dom de cura, também se aplicam aqui.Agora vamos analisar o dom de profecia, este dom não é somente relacionado com a facilidade de prever o futuro, mas também, de acordo com I Coríntios 14:3-4, a de edificar, exortar e consolidar. Um profeta é aquele que transmite aos homens aquilo que tem recebido de Deus. De fato, notamos que, na igreja primitiva temos poucos exemplos de pessoas predizendo o futuro. Uns dos poucos, foi Ágabo predizendo a grande fome (Atos 11:27-28), assim como o que iria acontecer com Paulo em Jerusalém (Atos 21:10-11). Parece que o dom de profecia na igreja primitiva consistia de pregações para edificação da Igreja (I Coríntios 14:3-4, 24,29-33). Hoje, mais do que nunca, a igreja precisa daqueles que vão falar com voz profética. O dom de discernimento de Espírito, em I João 4:13 encontramos o grande conselho do apostolo; “Amados, não deis credito a qualquer espírito; Antes provai os espíritos se procedem de Deus, porque muitos falsos profetas tem saído pelo mundo a fora…” Poucos séculos tem tanta necessidade deste dom como o nosso. O espírito do Anticristo está agindo em todo o lugar, esforçando-se para enganar e fingindo ser anjo de luz (II Coríntios 1:14). As seitas heréticas, doutrinas adulteradas e profetas falsos estão criando uma confusão geral no seio da Igreja de Cristo. Satanás e seus súditos farão todo o possível para seduzir o povo de Deus!

Sobre o dom de línguas, poderíamos afirmar o que o apostolo Paulo disse: “ Variedade de línguas” (I Coríntios 12:10, 28-30) Há quem afirme que temos dois tipos deste dom, sendo que um é: A capacidade de falar uma ou mais línguas estrangeiras sem as ter estudado.  O outro é: O dom de falar com Deus num êxtase onde o crente não tem controle dos seus membros, mas que saem de sua boca expressões de emoções espirituais, palavras sem sentido em nenhuma língua conhecida! Como vemos, temos neste segundo grupo, algumas incoerências; a) O individuo fica em êxtase e como sabemos este estado se presta a todo o tipo de especulações, porquanto, o médium espírita também se coloca em êxtase, o praticante de Yoga também, o romanista carismático também, e uma serie de outros cultos africanos e mistos também! Logo, é necessário que nos acautelemos com toda essa gama de êxtases. b) Uma outra incoerência é que o crente sob influencia desse êxtase não tem controle de si mesmo, o que contradita a Palavra de Deus que nos afirma: “Os espíritos dos profetas estão sujeitos aos próprios profetas” (I Coríntios 14:32). c) Afirmam ainda “palavras sem sentido em nenhuma língua conhecida”, ora, que vantagem tem em se falar de tal forma? Se eu falar com Deus na minha própria língua, Deus me entende, por que iria ter necessidade em falar de forma que nem eu entendo o que falo? Que vantagem ou proveito tenho com isso?Absolutamente nada! Agora observemos que o dom de línguas conforme o primeiro conceito aqui exarado deve ainda ser analisado à luz da Bíblia. O dom de línguas não é dado a todos (I Coríntios 12:8-10,28-30). É bem claro isso, todos não recebem os mesmos dons. Assim é contra a Palavra de Deus dizer que um homem não tem recebido o Espírito Santo porque não pode falar em outras línguas. O livro de Atos confirma isso. Só há menção de três ocasiões da capacidade de falar em línguas: 1ª) Em Atos 2:4, os cento e vinte no dia de Pentecostes; 2ª) Os gentios com Cornélio (Atos 10:44-46); 3ª) Os apóstolos em Éfeso (Atos 19:6-7), e mais ainda, para ter valor para a Igreja, a língua tem que ser interpretada (I Coríntios 14:27-28). A finalidade dos dons não é para lucro pessoal, mas sim, a edificação da igreja. O dom de falar em línguas não é sinal de batismo com o Espírito Santo. Paulo afirma que nem todos falam línguas, mas, todos são batizados com o Espírito Santo (I Coríntios 12:10, 13 e30). Ainda mais, Paulo enfatiza que Deus não é Deus de confusão, mas sim de paz.( I Coríntios 14:33). E o que se vê atualmente é uma confusão, uma verdadeira balburdia, uma bagunça total. É de bom alvitre notarmos que aquilo que ocorre hoje em dia, essas manifestações que ocorrem com muita freqüência, não tem nada a ver com o que lemos na Bíblia. Observemos mais uma vez o comentário de Jorge Gardiner, em seu livro “Catástrofe Corintiana”, diz ele, comentando os primeiros versículos do capítulo 12 de I Coríntios: 1º) Deus quer que o seu povo se preocupe com a plenitude da vida espiritual, não apenas com dons espirituais. 2º) Deus não quer que sejamos ignorantes a respeito dos Seus dons. 3º) Quando o Espírito Santo controla um cristão ele não fica fora de si, nem perde o controle dos seus sentidos como fazem os idolatras. 4º) O Espírito Santo não se exalta, mas exalta a Cristo como Senhor. Ele não deprecia Cristo” (14).

O dom de ensinar também é dado a quem o Espírito quer, e hoje nós temos escassez de mestres na Igreja, isto porque o Espírito dá o dom, mas o homem o rejeita porque não lhe traz lucro ou posição social ou eclesiástica. Aqueles que têm o dom de ensinar, os mestres conforme I Coríntios 12:28 e Efésios 4:11 são de suma necessidade na comunidade cristã, homens que ensinam a Bíblia, produzem um amor profundo para com a sã doutrina. E o conhecimento rudimentar da maioria dos crentes é de deixar qualquer um triste e angustiado, a maioria enquadra-se perfeitamente em Hebreus 5:11-14, quando deveríamos todos nós estarmos enquadrados em Romanos 12:7. A importância deste dom é revelada pelo fato que é mencionado nas três listas principais da Bíblia, e há uma menção muito especial que é dada pelo Senhor Jesus na grande Comissão (Mateus 28:20). Mas voltemos ao dom de ensinar, o dom não trata do conhecimento da verdade, mas sim da capacidade de transmitir ou ensinar as verdades. Se tivermos este dom, devemos, então procurar conhecer os ensinos da Bíblia para que no exercício do dom do Espírito, ensinemos fielmente a Palavra de Deus.

Nem todos têm o dom de ensinar, nem o dom de profetizar ou mesmo outros dons, mas há um dom que quase todos ou todos mesmo possuem, apenas em graus diferentes; estamos-nos referindo ao dom de ministrar (Romanos 12:7). Todos podem e devem ministrar para o bem da Igreja, todos devem buscar a melhor forma de ministrar na Igreja, ainda que seja na limpeza do templo, ministre-se com amor e dedicação.

O dom de governar (I Coríntios 12:28; Romanos 12:8). Sabemos que é o Espírito Santo que dirige a Igreja em toda a verdade, mas tem de haver o governo temporal da Igreja e, Paulo afirma nos textos acima que alguns receberão o dom de governo. Há muita responsabilidade neste dom, que é a orientação do rebanho de Deus, temos aqui de seguir o conselho do mesmo Paulo dado a Timóteo (I Timóteo 3:1-5).

O dom de socorros (I Coríntios 12:28; Romanos 12:8). “Quem exerce misericórdia com alegria”, um exemplo deste dom é Dorcas (Atos 9:36-39). Existem alguns dons reservados só para homens, mas será que este dom de socorros é especialmente ligado às irmãs? Os doentes, os aflitos, os desanimados carecem da misericórdia dos que têm este dom do Espírito Santo. Isso não é meramente uma obra social, mas sim um verdadeiro ministério do Espírito.

O dom de distribuir bem (Romanos 12:8) “O que contribui com liberalidade”, todos os crentes tem uma grande responsabilidade de contribuir para a obra de Deus como os israelitas sem exceção tinham de dar o seu dizimo ao Senhor, aqui o apostolo fala daqueles que têm recebido de Deus o privilegio de ter os meios e o conhecimento para com as necessidades da causa de Cristo. Eles têm um senso claro de que são mordomos dos bens que Deus tem colocado em suas mãos. E sendo fieis no repartir conforme o Espírito Santo indica, Deus confia-lhes cada vez mais as Suas riquezas.

O dom de evangelista (Efésios 4:11), Este dom trata da pregação do Evangelho aos perdidos. Todo o crente deve procurar evangelizar os incrédulos. A ordem para ir por todo o mundo e pregar o evangelho foi dada a todos, no entanto, é este, quase que o mais desacreditado de todos os dons, os evangelistas escasseiam, bem poucos estão seguindo a ordem de Cristo, mas, o Espírito Santo ainda assim tem operado maravilhas e dado este dom de forma especial a alguns que devem, como Timóteo, fazer o trabalho de um evangelista (II Timóteo 2:15).

O dom de pastor (Efésios 4:11). Há necessidade que alguém tome a supervisão do rebanho de Deus, para este fim o Espírito Santo dá a certos homens o dom de pastorear, como em todos os demais casos, aqui também, ninguém deve tomar para si o exercício dos direitos de pastorear, mas somente aqueles que o Espírito Santo chamar e capacitar com os dons necessários. O pastor guia, protege, providencia o suprimento das necessidades e cuida do rebanho. É claro que para fazer isto no terreno espiritual, há necessidade de capacidade extraordinária. O dom do Espírito Santo capacita os seus escolhidos para serem verdadeiros pastores! Ligado ao dom de pastores, achamos o de ensinar, que já foi discutido acima, pastores e mestres. O próprio ministério do pastor exige que ele ensine a Palavra de Deus também!

O dom de apostolo (I Coríntios 12:28; Efésios 4:11). Este é o dom apresentado primeiro na lista dos dons do Espírito Santo, como sendo o mais importante. Durante o primeiro século, os apóstolos eram os lideres na Igreja, não nas assembléias locais, onde a liderança espiritual recaia sobre os presbíteros, eles eram os fundadores das igrejas e os lideres no trabalho de evangelização. Alem dos “doze”, o apostolado incluiu Paulo (Romanos 1:1); Barnabé (Atos 14:14); Matias (Atos 1:25-26); Tiago, irmão de Jesus (Gálatas 1:19). Sendo que, o dom de apóstolo terminou juntamente com os apóstolos. Lendo-se I Coríntios 9:1 e Atos 1:22 conclui-se que para ser apostolo existia uma condição: Ter visto a Cristo pelo menos após a sua ressurreição e dar testemunho do fato!

Os dons do Espírito Santo são dados, não para uso pessoal, mas para o bem da Igreja “para um fim proveitoso” (I Coríntios 12:7). “Assim também vós, visto que desejais dons espirituais, procurai progredir, para a edificação da Igreja”(I Coríntios 14:12) “Com vistas ao aperfeiçoamento dos santos”(Efésios 4:12).

“Te admoesto que reaviveis o dom de Deus que há em ti” (II Timóteo 1:6). Não sejamos como o servo mau e negligente na parábola dos talentos, que escondeu o seu talento. “Não te faças negligente para com o dom que há em ti” (I Timóteo 4:14).

Apesar de dar o dom, o Espírito Santo não usara um crente rebelde e carnal, seja qual for o dom que o Espírito Santo dê, não há lugar para o crente orgulhar-se, pois o dom é do Espírito Santo. O exercício do dom é do Espírito Santo. O poder de exercer o dom é do Espírito Santo também. Infeliz é o crente que lança mão do que é do Espírito Santo!

 

(6) O Espírito Santo e o Corpo de Cristo. Michael Harper. Editora Betânia. 1975. Pág. 14

(7) Idem. Pág.23.

(8) Idem. Pág.56.

(9) Idem. Pág.09.

          (10) Idem. Pág.09.

          (11) Católicos Pentecostais? Essa Não!!!. Dr. Aníbal P. dos Reis. Pág.19. Edições Caminho de Damasco. 1973

         (12) Idem. Pág.64

         (13) A Catástrofe Corintiana. Jorge Gardiner.Imprensa Batista Regular. 1976. Pág, 09.

(14) Idem. Pág.26.

Deixe um comentário

Crie um website ou blog gratuito no WordPress.com.

Acima ↑